O presidente Gustavo Petro apresentou o Plano Nacional de Desenvolvimento 2023 – 2026: 'Colômbia potência mundial da vida', que marca o roteiro do Governo Nacional para os próximos 4 anos.

O Plano Nacional de Desenvolvimento estabelece as políticas, programas e projetos que serão implementados nos próximos anos, nos quais a ciência terá um papel fundamental. políticas públicas para o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação foca em pilares para solucionar questões sociais, ambientais e econômicas.

“A nossa grande aposta é que a política de Ciência, Tecnologia e Inovação se alimente, sobretudo, no enfoque de políticas de investigação e inovação orientadas para a missão, orientadas para a resolução dos grandes desafios sociais, económicos e ambientais do país”, informe o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Arturo Luna

Este Plano de Desenvolvimento é um projeto ambicioso para o futuro do CTI na Colômbia, no qual questões prioritárias como transição energética, direito humano à alimentação, saúde, desenvolvimento da bioeconomia, reconhecimento da diversidade natural, cultural e territorial, paz total, entre outros, serão abordados a partir da pesquisa e inovação através da participação ativa dos municípios mais remotos do país. 

Como exercício de socialização do Plano Nacional de Desenvolvimento, o Governo Nacional, a Universidade Nacional e a Academia Colombiana de Ciências Exatas, Físicas e Naturais realizaram o Fórum 'Rumo à transformação dos royalties em Ciência, Tecnologia e Inovação'.

Participaram deste espaço representantes da academia, do setor privado, do setor público, pesquisadores, do Departamento Nacional de Planejamento e do Ministério da Ciência. Durante a apresentação do plano, foram discutidos temas fundamentais como financiamento, pesquisa e royalties, entre outros. 

Política CTI orientada em 5 missões 

O Plano Nacional de Desenvolvimento propõe dividir o investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação em 9 programas que fazem parte de 5 grandes missões. 

Isso busca maior coordenação de projetos de pesquisa, que tenham objetivos claros, com um ciclo de inovação e envolvendo diferentes setores como saúde, agricultura, energia. 

As 5 missões foram criadas a partir do que foi construído e avançado com o Missão dos Sábios e a distribuição de royalties com política de CTI aprovado no Conpes. 

Os 5 desafios focam-se em: bioeconomia e território, fome zero, transição energética, autonomia sanitária e ciência para a paz. 

Com esta distribuição, pretende-se que existam projetos de investigação com maior impacto mas que tenham em conta as realidades locais e o compromisso nacional. 

Para isso, os processos das chamadas de pesquisa serão alterados, centrados nos territórios mas também em iniciativas assentes em desafios sociais que podem ser abordados a partir da Ciência, Tecnologia e Inovação, e que são projetos estratégicos que se enquadram em linhas mais temáticas. 

“Em vez de fazer chamadas de pesquisa de um lado, inovação de outro e apropriação social de outro, vamos fazer chamadas que financiem projetos integrais; Ciência, Tecnologia e Inovação não podem ser divididas" destaca o ministro Arturo Luna. 

Para tanto, o Governo Nacional busca promover a criação da Agência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será uma entidade vinculada a Minciências com a finalidade de especializar a execução da política de Ciência, Tecnologia e Inovação e fortalecer seu financiamento . 

Maior investimento: de onde virão os recursos?

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação é o ministério com o orçamento mais baixo, e com este governo não será exceção. No entanto, como explicou o ministro Arturo Luna, está sendo desenvolvida uma estratégia que permite uma distribuição mais fácil e equitativa dos recursos. 

“Buscamos evitar a atomização de recursos, somos o ministério com menor orçamento segundo o Orçamento Geral da Nação, mas ainda assim tivemos 33 programas que atomizaram todo o dinheiro que chegou com mínimo impacto. Por isso, decidimos reduzi-lo a apenas 9 programas que fazem parte de 5 grandes missões”explica a Ministra Luna. 

Plano Bienal de Chamadas CTI
Imagem: Minciências.

Trabalhando em conjunto com o Departamento de Planejamento Nacional, Procura-se que além do Orçamento Geral da Nação estes projetos possam ser financiados com royalties, especialmente nos territórios.

O objetivo é que o dinheiro seja distribuído da melhor forma de acordo com os atendimentos e necessidades de cada região. Da mesma forma, procure outras fontes das quais o CTeI possa se alavancar. 

Para o governo, a fórmula para conseguir mais investimento é: Orçamento geral + royalties + benefícios fiscais com redirecionamento de mais projetos de ciência e tecnologia que sejam a porta para trabalhar com inovações disruptivas do setor privado + fundos de capital de risco (Bancoldex) + internacional cooperação. 

Este projeto é de longo prazo e a ideia é que por sua vez investimento em P&D+I que avalia o investimento da Colômbia em Ciência, Tecnologia e Inovação em todo o mundo para ter um aumento significativo. 

Atualmente, o investimento é de 0,29% do PIB, segundo o ministro Luna, até 2026 busca-se um aumento de 1%. Enquanto isso, o investimento adequado dos recursos dos royalties permitirá avançar nas metas que o governo tem. 

Uso apropriado de royalties no CTeI

Justamente quando falamos de royalties, estamos falando da formulação de projetos das regiões. Isso é evidenciado nos resultados do Índice Nacional de Inovação e de competitividade que demonstra o lacunas entre departamentos e cidades. 

Mas as lacunas também são evidentes entre os setores. Na Colômbia, a pesquisa e a inovação estão voltadas para a academia, mas exigem maior participação de pesquisadores dos setores privado, regional e empresarial

"Ciência e tecnologia não podem ficar alheias à produtividade do país", afirmou o governador da Huíla, Luis Enrique Dussa, durante o painel Investimento dos royalties do CTI na Colômbia. 

O departamento de Huila é um exemplo de como os projetos de produção agrícola e cafeeira estão sendo integrados à ciência e tecnologia por meio de recursos de royalties. 

Plano Nacional de Desenvolvimento do CTI
Imagem: Minciências.

"Queremos que grandes projetos sejam realizados a partir das regiões para melhor distribuir os recursos dos royalties”, destacou Pamela Fonrodona, Coordenadora de Royalties do Ministério da Fazenda. Ele explica que desde 2012, com a reforma, esses recursos foram distribuídos muito melhor de acordo com as necessidades de cada departamento. 

Em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação, desde 2012, conseguiu-se a distribuição de 6,3 bilhões de pesos em royalties para o setor. O governo pretende entrar 2022-2032 é alcançado um investimento anual de 1,2 trilhão de pesos.

Para atingir esse objetivo, é necessária uma mudança institucional no processo de apresentação de projetos de pesquisa, “Precisamos mudar a lógica de formulação, execução e monitoramento de projetos”, afirma Tania Guzman, Diretora Geral Adjunta do Sistema DNP Royalty, daí a importância de priorizar o programa por meio das 5 missões e mudar o atual sistema de chamadas.

“Buscamos reduzir as lacunas territoriais, étnicas e de gênero em Ciência, Tecnologia e Inovação. Além disso, queremos políticas e regulamentações públicas que fortaleçam as capacidades nacionais e regionais. Por exemplo, através do desenvolvimento de uma estratégia de reforço das infraestruturas de investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação”acrescentou o Ministro Luna durante a apresentação do Plano Nacional de Desenvolvimento. 

O projeto já está nas mãos do Congresso para ser debatido detalhadamente. Por ora, setores, academia e entidades da sociedade civil têm manifestado seu apoio a essa nova estratégia de investimento em CTI. 


Foto principal: Presidência